Passamos a fronteira em São Borja. Trata-se de um posto de fronteira integrado, Brasil-Argentina e que, além de imigração e alfândega, conta com alguns serviços, entre eles, casa de câmbio. A passagem foi rápida, apesar da fila de argentinos que estavam retornando do veraneio no Brasil. Devemos ter ficado uns 40 minutos no posto fronteiriço. A única coisa marcante foi o pedágio pago para atravessar a ponte internacional: 40 pesos, ou seja quase R$30,00!
Depois disso, entramos na Argentina.
Neste trecho sentimos um problema que iria nos acompanhar no restante da viagem. Na Argentina, há uma espécie de congelamento de preço de combustíveis (algo como um "acordo" entre o Governo e as distribuidoras). Todos sabemos o que acontece quando há congelamento: os produtos somem. Não deu outra! No primeiro posto em que paramos (resolvi encher o tanque logo depois da fronteira, para aproveitar o preço bem mais baixo) não havia gasolina. Depois, durante a viagem, encontramos postos que estabeleciam um limite de combustível por carro (ao redor de 20 a 30 litros por carro). A partir daí, passamos a encher o tanque sempre que estávamos com menos que 3/4 de tanque. Com isso, nunca tivemos problemas.
A viagem até Corrientes foi tranquila. As estradas que usamos estavam todas em excelente estado e com pouco movimento. Mesmo andando a 110 Km/h, éramos ultrapassados pelos poucos carros que encontramos. Primeiro seguimos para o Norte pela Ruta Nacional 14, que costeia o Rio Uruguai. Aqui a paisagem é muito parecida com o nosso lado do Rio, com muitas plantações de soja. Depois pegamos a Ruta 120, em meio a um monte de reflorestamentos de Pinus. Por fim, pegamos a Ruta Nacional 12, que vai costeando o Rio Paraná até Corrientes, Neste caminho há alguns postos de pedágio, mas todos de valor muito baixo, menos que R$1,50. Nesta "ruta" passamos por vários pontos de controle policiais, mas não fomos parados em nenhum.
Praticamente não vimos Brasileiros neste trecho, com exceção de um grupo de motociclistas de Curitiba que viemos a encontrar novamente no dia seguinte.
Neste dia, também aprendemos que, quando se vê um lugar bom para almoçar (significa: ajeitado e com vários carros e caminhões na frente), o negócio é parar, pois o próximo pode demorar muito. Fomos deixando o almoço para mais adiante e no final tivemos que comer em um "quincho" bem pobrezinho mesmo.
Passamos por Corrientes, e conforme os planos, tocamos direto até Roque Sáenz Peña. Aqui entramos no Chaco. Logo depois de Resistência, capital da Província do Chaco, e vizinha a Corrientes, começa Ruta Nacional 16, na realidade, uma grande reta, que atravessa todo Chaco. Eu sabia que em Roque Sáenz Peña há hotéis simples, adquados para um pernoite. Ficamos no Hotel Gualok, que faz parte de um complexo de águas termais. Tudo estatal e que já viu dias melhores. O hotel é construído em estilo bem modernoso, mas parece que não teve manutenção. Vi algumas notícias na WEB de que estavama tentando privatizá-lo. Mas, tinha uma cama boa e ar-condicionado, que é o que estávamos precisando naquele dia.
Na cidade, não há o que ver. O comércio estava todo aberto. Muita gente na rua. Era sábado, e, em todo Norte da Argentina, pelo calor, o coméricio funciona no final da tarde, tipo 16:00-21:00. Fizemos o que parece que os nativos fazem ao final da tarde, que é sentar em algum bar e tomar uma cerveja. Para a janta encontramos uma boa pizzaria (Giuseppe).
Distância percorrida neste dia: 755Km (o mais longo da viagem!)
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